30/05/2012 | ECONOMIA
Centro de logística na Bahia recebe investimento de 1,3 bilhão
Um investimento de R$ 1,3 bilhão, em 10 anos, que pode modificar
parte da infraestrutura da Bahia. Esta é a proposta da Cone Aratu - Condomínio
de Negócios, empresa do grupo pernambucano Moura Dubeux, que criará um centro
industrial e logístico em Simões Filho. O projeto deve gerar cerca de 20 mil
empregos diretos e indiretos.
A empresa pretende destinar 880 mil metros quadrados de área
para a construção de galpões, que atenderão 50 operadores de logística e
indústrias, e mais 526 mil metros quadrados para pátio. O vice-presidente da
Cone, Angelo Bellelis, diz que o investimento aposta no potencial da economia
baiana. Será celebrada uma parceria com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), e há
grande expectativa em torno da realização de melhorias no Porto de Aratu. “No
futuro, Aratu pode ter um terminal de contêineres e, como o Porto de Salvador
não tem retroárea, somos uma ótima opção”, raciocina Bellelis. No projeto, a
FCA passa com uma linha na margem do empreendimento.
A infraestrutura já existente foi o motivo da escolha por Simões Filho.
Especialmente a proximidade com o Porto de Aratu, a rodovia BR-324 e,
consequentemente, com as cargas que chegam de Feira de Santana e de outros
municípios. “Isso irá facilitar a distribuição das cargas”, diz.
As obras do Cone Aratu serão divididas em 10 fases, com previsão de construir
80 mil metros quadrados de galpões por ano. As obras de terraplenagem estão
previstas para o último trimestre deste ano e deverão ficar prontas em um ano.
Uma empresa já fechou negócio. A Rapidão Cometa já fez o pedido de 20 mil
metros quadrados. Os espaços são prioritariamente alugados, até porque a
clientela não tem interesse em imobilizar capital.
Divisões
Dentro do empreendimento haverá três ‘produtos’: um Multimodal, uma área
Plug&play e um Multicenter. O Multimodal está relacionado à conexão dos
vários meios de transporte (aéreo, ferroviário, rodoviário e aquaviário), além
de pátio para contêineres e um truck center, que oferecerá infraestrutura adequada
para a parada dos caminhoneiros. O Plug&play será o espaço destinado aos
galpões. Além disso, está previsto um hotel no espaço Multicenter, que também contará com centro de
convenções e serviços de escritório.
Incentivos
O empreendimento conta com redução de ISS de 5% para 2% por parte
da prefeitura de Simões Filho e há negociações com o governo do estado
para redução no ICMS, extensiva às empresas que se instalarem na região.
Outra vantagem é a redução de custo que a empresa ganha com a localização.
“Quando o empresário de
logística está interessado em uma área, ele não olha só o preço do metro
quadrado, mas a economia que a infraestrurura no entorno irá gerar com a
redução do custo”, frisa Marcos Dubeux, CEO da Cone S.A. Além das empresas de
logística, ele diz que também poderão ser instaladas plantas industriais no
Cone, embora o processo seja mais lento do que na área de logística.
Cone já implantou o mesmo projeto em Suape
Um porto precisa de retroárea para descarregar e carregar cargas e para
operadores logísticos e plantas industriais se instalarem ao seu redor,
reduzindo custos e trabalho. Com essa ideia, a Cone construiu o mesmo tipo de
empreendimento, que apresenta agora para a Bahia, no Porto de Suape
(Pernambuco).
Em um ano e meio de instalação
já há no local 18 companhias instaladas e a previsão é de que até 2016 sejam
aplicados R$ 1,6 bilhão no local. Do total de 18 milhões de metros quadrados
destinados ao complexo, 7 milhões já estão em desenvolvimento. Hoje, estão
instaladas ali empresas como Gerdau, Rapidão Cometa, Login, Gestamp, MSC
e Maestra. Até o final do ano, já deverão ter sido investidos R$ 685
milhões no complexo logístico pernambucano.