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Notícia


 21/09/2011 | EDUCAÇÃO

Ensino da ciência transforma a vida de jovens no semiárido

Gerar energia a partir de um limão, aprender como acontece a propagação do som ou conhecer as características de diferentes tipos de solo. Essas são algumas das atividades desenvolvidas pelos alunos do Centro de Educação Científica do Semiárido, na região central da Bahia. A unidade, mantida com o apoio do Governo do Estado, usa o ensino da ciência como ferramenta de transformação social e prepara os jovens para apresentarem seus experimentos na Feira de Ciência e Tecnologia marcada para outubro em Salvador.

As aulas acontecem no turno oposto ao da escola regular e beneficiam 400 jovens da cidade e região. Implantado com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), utilizando recursos do Programa Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (Inovatec) e outras fontes da secretaria, o Centro de Educação Científica do Semiárido tem ajudado a promover o senso crítico e a formação cidadã de jovens, via educação científica.

O centro foi concebido nos moldes do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), de Natal (RN), para promover a inclusão social e intelectual por meio de conceitos e práticas da ciência moderna. Trata-se da primeira unidade de formação científica destinada aos jovens baianos.

Experimentos despertam curiosidade

Na turma de Laiene Alves, 15 anos, o assunto é agricultura. Por meio da experiência numa horta, os alunos descobrem como os diferentes tipos de plantas crescem nas condições climáticas do sertão e de que forma o homem pode se adaptar a essa situação para melhorar suas atividades.

"A gente pesquisou alguns tipos de terra até encontrar um que se adaptou melhor num lugar que não chove muito, como aqui em Serrinha. Vimos as características e aprendemos a identificar as qualidades boas. Plantamos três tipos de plantas e aprendemos a cultivar, a preparar a terra e a identificar quando é ou não adequada".

Segundo a coordenadora pedagógica do Centro, Joseane Silva, apesar de simples, os experimentos despertam a curiosidade científica nos jovens e trazem para a realidade diária o conhecimento que antes eles não tinham. "No caso de Laiene, por exemplo, é muito comum que as famílias mantenham pequenas hortas para ajudar na alimentação em casa. Por isso o que foi trabalhado aqui é útil para eles".

Limão como fonte de energia

Em outra turma, o trabalho era o uso do ácido do limão como fonte energética. Ligando a fruta a fios de cobre e metal é possível gerar energia em pequena quantidade, mas o suficiente para acender lâmpadas 'led'. Os jovens também construíram maquetes de casas e, usando os limões, fizeram a instalação elétrica e aprenderam conceitos ligados à física e engenharia.

"Com esse experimento simples e divertido, eles aprenderam um pouco sobre tensão e corrente elétrica, movimento dos elétrons na corrente, entenderam o que é polo positivo e polo negativo, como funciona um circuito elétrico em série ou paralelo. Quando eles acendem uma simples lâmpada em casa, observam tudo que foi aprendido aqui", disse o professor Leanderson Rodrigues.