14/05/2013 | UTILIDADE PÚBLICA
Programas desenvolvidos pela Bahia servem de modelo para Governo Federal e recebem recursos para estados do Nordeste
Dois
projetos baianos, Reniva e Repalma, serão utilizados como modelo para todo o
Nordeste, como ações estruturantes para viabilizar a convivência com a seca. A
decisão foi acordada durante reunião, semana passada, no Ministério da
Integração, onde participaram o presidente do Conselho Nacional de Secretários
da Agricultura (Conseagri), secretário da pasta na Bahia, Eduardo Salles, com
os demais secretários estaduais da pasta no Nordeste, o secretário Nacional de
Irrigação, Guilherme Orai e representantes da Embrapa e Codevasf. A reunião foi
coordenada pelo secretário de Desenvolvimento Regional do ministério, Sérgio
Castro, onde o chefe-adjunto de TT da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Alberto
Duarte Vilarinhos e o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, apresentaram os
projetos.
O encontro resultou na assinatura de acordo de cooperação técnica para a
implantação do Reniva e Repalma no Semiárido Nordestino, que aconteceu na
última sexta (10), em Petrolina, com a presença do ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra. O governo federal vai investir R$ 100 milhões nos
projetos e com isso, a Bahia recebe um reforço financeiro para executá-los no
Semiárido baiano.
O Reniva - Rede de Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos de
Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária para o Estado da Bahia – é um
projeto que propõe a formação de uma rede de multiplicação de manivas
(sementes) de garantida qualidade fitossanitária e em quantidade suficiente
para atender a demanda dos agricultores familiares. A Embrapa fornecerá ao
Instituto Biofábrica do Cacau (IBC) manivas de genótipos superiores,
selecionadas por ela e pela EBDA, para multiplicar in vitro esses materiais, em
larga escala, e repassar as mudas aos parceiros, multiplicadores de
manivas-sementes, para formarem campos de produção. As manivas resultantes
desse processo serão distribuídas às associações de produtores. “Busca-se com o
programa, aumentar a oferta de material propagativo de qualidade para os
agricultores familiares”, disse o secretário Eduardo Salles.
O outro programa que será estendido para o Nordeste é o Repalma. Através de um
convênio com a Organização Social Moscamed Brasil, o governo baiano vai
implantar, em Juazeiro, uma biofábrica de mudas de palma forrageira. Com
investimento de R$ 1.35 milhão, a biofábrica produzirá inicialmente um milhão
de mudas/mês, que serão distribuídas com os pequenos criadores. Além da
biofábrica em Juazeiro, que está sendo implantada numa área de 600 metros
quadrados nas instalações da Moscamed, o governo estadual está ultimando os preparativos
para construir mais duas biofábricas, em Feira de Santana e Irecê. O objetivo
dessa ação estruturante é garantir a alimentação animal em períodos de
estiagem. Segundo o secretário, “a previsão é de que em breve a produção
aumente de um para dez milhões de mudas/ano, com o objetivo de fazer com que
cada produtor baiano tenha em sua propriedade pelo menos um hectare plantado
com palma forrageira adensada, assegurando a alimentação animal no período de
seca”.
Alternativa - Diante da necessidade de buscar uma solução imediata para a
convivência com a seca, uma vez que os dois programas apresentados só começarão
a dar resultado no início de 2014, o secretário Eduardo Salles sugeriu que o
governo federal utilizasse outro exemplo da Bahia, disponibilizando mudas de
palma para campos multiplicadores e também trouxesse de caminhão, do Paraná,
manivas de mandioca vistoriadas por técnicos da Embrapa, para distribuição
imediata aos produtores do Nordeste.
“Esse é outro projeto baiano, desenvolvido pela Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EDBA)”, disse Salles, informando que “compramos 7
milhões de mudas, estamos montando 500 unidades multiplicadoras em 265
municípios e 5 campos experimentais, com 10 hectares irrigados em cada unidade
de palma, para resolver a questão a curto prazo. Agora, vamos comprar mais 10
milhões de mudas. Essa seria uma solução mais imediata que o governo federal
pode implementar”.